sábado, 19 de dezembro de 2009

Mundial de Clubes da FIFA: Barcelona Campeão

"Acho que o Barcelona ficará mais uma vez na fila, pois o Estudiantes está muito bem armado e me parece uma equipe mais pronta para enfrentar o adversário que o contrário, o Barcelona está, mais uma vez, confiante demais e assim pode não entender que do outro lado tem uma equipe de qualidade", foi assim que terminei a minha análise do que poderia ser o jogo da final do Mundial de Clubes da FIFA, e por pouco eu não acerto, para ser mais preciso, por um minuto regulamentar eu não acerto.

O jogo deste sábado mostrou o que para mim já era claro, não se tratava de um David contra Golías, e sim de duas grandes equipes do futebol mundial lutando pelo título mais importante para os clubes de futebol. Barcelona e Estudiantes são praticamente equivalentes, e com isso a final de sábado foi excepcional.

Apesar de os críticos brasileiros gostarem de zoar os argentinos e exaltar os europeus, o jogo foi equilibrado em seu todo, mas no tempo regulamentar o Estudiantes foi melhor em toda a partida, mesmo com o Barcelona atacando mais (mas sem eficiência nenhuma), e no tempo extra (prorrogação) o Barcelona mostrou-se mais preparado psicologicamente e fisicamente que o Estudiantes (que ruiu ao ceder o empate para o rival aos 44 do segundo tempo).

No tempo regulamentar o Estudiantes anulou o Barcelona que não conseguia produzir nada, Messi não conseguia jogar, Ibrahimovic errava tudo, Henri não conseguia furar o bloqueio argentino. Com isso o Estudiantes barrava o ímpeto espanhol e atacava com precisão quase cirúrgica. O gol de Boselli (ótimo atacante), de 175 cm, me lembrou Romário em 94 contra a Suécia (claro guardado as proporções) ao subir mais que os dois "gigantes" (Puyol, 178 cm, e Abidal, 186 cm) do Barcelona. A partida estava para se encerrar quando o Barcelona conseguiu um "milagre", a bola sobrou para Pedro cabecear, a queima roupa, por cima do arqueiro argentino e empatar a partida, levando para a prorrogação.

Neste momento o Estudiantes desmoronou e o seu melhor jogador, o maestro Verón, estava contundido e sem a mesma precisão do tempo regulamentar. Restava ao Estudiantes se defender e tentar levar para os penaltis (de vez enquando contra-atacava, mas sem a mesma qualidade). Foi aí que apareceu o futuro melhor jogador do mundo, o argentino Leonel Messi, que joga pelo Barcelona, e fez o gol da virada de peito. Só restou aos argentinos buscar o gol de empate para levar aos penaltis (até que mereciam, pois foram melhores quase que todo o tempo), e por muito pouco não sai no último lance da partida, numa falta cobrada na área por Verón, passou tirando tinta do gol catalão.

Com isso uma grande equipe foi campeã e outra grande equipe foi vice, e eu por estar assistindo a um partida espetacular fiquei muito agradecido por ter visto. Vale lembrar que na decisão do 3° lugar o Pohang Steelers venceu o Atlante do México, por 4 x 3, destaque para Denilson, o brasileiro, que terminou na artilharia do mundial com 4 gols marcados.

Ps.: Estou de férias, volto em janeiro de 2010.
Parabéns ao Barcelona FC, o mais novo campeão do mundo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Europa League: Começa o mata-mata

A Liga da Europa também entra em sua fase decisiva, a 2ª fase (mata-mata) já está definida, e que pega quem numa eventual passagem para as oitavas também está definido. Destaque para o confronto que já decidiu duas Ligas dos Campeões (1973 e 1996) com uma vitória para cada lado.

  1. Rubin Kazan x Hapoel Tel Aviv - o destaque russo Semak enfrenta o talentoso Vucicevic (Rubin Kazan é favorito);
  2. Athletic de Bilbao x Anderlecht - a força do espanhol Llorente enfrenta os desarmes de Gillet (Anderlecht é favorito);
  3. Copenhague x Olympique de Marselha - a experiência de Gronkjaer enfrenta a habilidade de Lucho Gonzalez (Olympique é favorito);
  4. Panathinaikos x Roma - a velocidade de Cissé enfrenta a precisão de Totti (Roma é favorito);
  5. Atlético de Madri x Galatasaray - a habilidade de Agüero enfrenta a versatilidade de Elano (Atlético de Madrid é favorito);
  6. Ajax x Juventus - o faro de gol de Pantelic enfrenta a maestria de Diego (Juventus é favorito);
  7. Brugges x Valencia - a força de Daerden enfrenta o talento de Villa (Valencia é favorito);
  8. Fulham x Shakhtar Donetsk - o oportunismo de Andrew Johnson enfrenta a velocidade de Ilsinho (Shakhtar Donetsk é favorito);
  9. Liverpool x Unirea Urceni - a visão de jogo de Gerrard enfrenta a experiência de Munteanu (Liverpool é favorito);
  10. Hamburgo x PSV Eindhoven - o talento de Zé Roberto enfrenta o arrojo de Afellay (Hamburgo é favorito);
  11. Villarreal x Wolfsburg - a categoria de Pires enfrenta a força de Grafite (Wolfsburg é favorito);
  12. Standard Liège x Salzburgo - a experiência de Dacourt enfrenta o posicionamento defensivo de Pokrivac (Standard Liège é favorito);
  13. Twente x Werder Bremen - o faro de gol de Kufo enfrenta a raça de Frings (Werder Bremen é favorito);
  14. Lille x Fenerbahçe - a força de Mavuba enfrenta o talento de Alex (Fenerbahçe é favorito);
  15. Everton x Sporting de Lisboa - a velocidade de Saha enfrenta o oportunismo de Liédson (Sporting de Lisboa é favorito);
  16. Hertha Berlim x Benfica - a experiência de Dárdai enfrenta a habilidade de Saviola (Benfica é favorito).


Ainda teremos confrontos fracos, mas tenham atenção nos jogos Ajax x Juventus, pois serão jogões!

UEFA Champions League: Começa o mata-mata

Definidos os confrontos das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, e o confronto entre Inglaterra e Itália acontecerá 2 vezes, Internazionale x Chelsea e Milan x Manchester United.
  1. Stuttgart x Barcelona - Basturk e Hleb enfrentam Messi e Ibrahimovic (Barcelona é favorito);
  2. Olympiacos x Bordeaux - Dudu Cearense e o técnico Zico enfrentam Gourcuff e Bellion (Bordeaux é favorito);
  3. Internazionale de Milão x Chelsea - Eto'o e Júlio César enfrentam Drogba e Lampard (Chelsea é favorito);
  4. Bayern de Munique x Fiorentina - Ribery e Schweinsteiger enfrentam Gilardino e Mutu (Bayern de Munique é favorito);
  5. CSKA Moscou x Sevilla - Mamayev e Dzagoev enfrentam Luís Fabiano e Kanouté (Sevilla é favorito);
  6. Lyon x Real Madrid - Gomis e Govou enfrentam Kaka e Cristiano Ronaldo (Real Madrid é favorito);
  7. Porto x Arsenal - Hulk e Cristian Rodríguez enfrentam Fàbregas e Arshavin (Arsenal é favorito);
  8. Milan x Manchester United - Ronaldinho Gaúcho e Seedorf enfrentam Rooney e Scholes (Milan é favorito).

Será que os favoritos se confirmarão ou teremos zebras correndo os campos europeus?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mundial de Clubes da FIFA: Barcelona x Estudiantes (Final)

O esperado acontece, Barcelona e Estudiantes confirmaram o favoritismo ao classificarem para a final do Mundial de Clubes. O Estudiantes classificou sem muitas dificuldades e sem apresentar um bom futebol, fez o suficiente para vencer o Pohang Steelers, que teve como destaque no jogo o brasileiro Denilson. O Barcelona teve um principio de dificuldade na partida contra o Atlante, apesar de dominar a posse de bola desde o início da partida, demorou para impor seu futebol ofensivo e vistoso. Barcelona e Estudiantes farão a final no confronto dos astros argentinos, Messi e Verón, respectivamente. Quem são o astros que podem decidir o título?

No Barcelona, além de Messi, o time espanhol conta com o talento de Xavi, o oportunismo de Pedro, a raça do Puyol, a vontade de Iniesta, a força de Daniel Alves e o faro de gol de Ibrahimovic. Com um futebol ofensivo e envolvente, com rápidos toques de bola, leva todo o favoritismo para conquistar um título que o clube ainda não tem.

No Estudiantes, além do maestro Verón, o time argentino conta com o talento de Benitez, a força do Desábato, a habilidade de Pérez, o faro de gol de Boseli e a raça de Braña. Com um futebol bem armado defensivamente e com velocidade e precisão no contra-ataque, os argentinos tentarão desbancar o Barcelona, e se conseguirem tomar vantagem no placar utilizarão da famosa catimba argentina.

Acredito que teremos um jogão neste sábado, após a decisão de terceiro lugar (O Pohang Steelers e o Atlante decidirão o 3º lugar, acredito que o Atlante não tenha dificuldades de vencer o Pohang Steelers). Acho que o Barcelona ficará mais uma vez na fila, pois o Estudiantes está muito bem armado e me parece uma equipe mais pronta para enfrentar o adversário que o contrário, o Barcelona está, mais uma vez, confiante demais e assim pode não entender que do outro lado tem uma equipe de qualidade, a vantagem que não enfrentarão um time brasileiro (como foi em 1992 e 2006, contra São Paulo e Internacional, respectivamente).

Ps.: O Auckland venceu o Mazembe pela decisão do 5º lugar.

Será que Messi conseguirá o que Ronaldinho Gaúcho e Stoichkov não conseguiram? E Verón, conseguirá repetir o feito de seu pai, Juan Ramón Verón, e ser campeão?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mundial de Clubes da FIFA: Barcelona x Atlante

Hoje a tarde estreia neste Mundial a equipe favorita ao título de tudo que disputa atualmente, o Barcelona, do craque Messi, enfrentará o Atlante (MEX), que conta com o craque Solari em sua esquadra.

Esta partida de hoje parece ser muito mais equilibrada que a de ontem, entre Estudiantes e Pohang, pois o time mexicano tem um elenco qualificado e deve dar um pouco de trabalho aos espanhóis. Então quais são os jogadores das duas equipes que podem fazer a diferença hoje?

Pelo Barcelona joga o melhor jogador do momento no mundo, o argentino Leonel Messi, mas ele não deve enfrentar os mexicanos hoje, devido a uma lesão adquirida na partida contra o Dínamo de Kiev, pela Champions League. Porém Barcelona está longe de depender apenas do talento do argentino, pois conta também com a precisão de Xavi, a raça de Puyol, a vontade de Iniesta, a "mão" de Henri, o oportunismo de Pedro, a força de Daniel Alves e os gols de Ibrahimovic. Talento é o sobrenome desta equipe espanhola.

Pelo Atlante joga um antigo conhecido do Barcelona, um antigo rival, o argentino Solari, que já jogou pelo Real Madrid, este jogador pode sim aprontar para cima dos espanhóis. Mas além do antigo rival o Atlante também conta com o Christian Bermúdez, Fernando Navarro, Márquez Lugo e o goleiro artilheiro Federico Vilar. O time é muito rápido e se defende bem, pode complicar para o Barcelona.

Acredito em uma vitória difícil para os espanhóis, bem apertada.

Será que a equipe de Messi sentirá sua falta? E será que o Solari aprontará para cima do Barcelona?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mundial de Clubes da FIFA: Estudiantes x Pohang Steelers

Sim, eu sei, o Mundial já começou tem uma semana, mas só tivemos jogos sem importância para o eixo América do Sul e Europa. A partir de agora teremos os jogos que realmente importam, Estudiantes e Pohang Steelers fazem a primeira semi-final deste mundial. A lógica diz que dá Estudiantes, mas nem sempre ela entra em campo. Então que são os jogadores que podem fazer a diferença para as duas equipes nesta semi-final?

Pelo Estudiantes temos o maestro Verón, que é sim um craque do futebol, pode fazer a diferença com seus passes precisos e lançamentos milimétricos. Além de Verón, o Estudiantes tem em seu elenco o decisivo Boseli, o habilidoso Pérez, o raçudo Benitez e a muralha Desábato.

Pelo Pohang Steelers joga, o até então desconhecido de nós brasileiros, o atacante brazuca Denilson, autor dos dois gols da vitória de virada sobre os africanos do Mazembe, parece ser o ponto de desequilíbrio da equipe, que é muito fraca.

O que pode tirar a vitória do Estudiantes é o famoso salto alto do futebol, pois nenhuma equipe que chega ao mundial vai a passeio, todos chegam por méritos próprios. Mas acredito que não teremos surpresas e o Estudiantes deve passar a final.

Será que o Pohang, de Denílson, irá surpreender o Estudiantes, do Verón? Eu apostaria que não.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Rebaixamento: Quedas de Santo André e Coritiba

Campeonato brasileiro de 2009 já encerrou, mas ainda estou atualizando o meu blog, e para finalizar os últimos rebaixados para a Série B acrescentou os times do Santo André e do Coritiba, ambos com títulos importantes no cenário nacional.
  • Santo André:

Clube também conhecido como "Ramalhão", em homenagem a João Ramalho, fundador da cidade de Santo André, no ABC paulista. O Esporte Clube Santo André foi fundado no ano de 1968, no dia 20 de Janeiro, mas com o nome de Santo André Futebol Clube, o nome atual viria a surgir em 1975.

A primeira participação do Santo André em campeonatos brasileiros foi no ano de 1984, no qual ficou em 10º lugar, e só voltou a participar neste ano (2009), em que terminou em 18º lugar, voltando a segundona.

Ainda no cenário nacional o Santo André participou de duas Copas do Brasil, em 2004 e 2006, conquistando o título em 2004, e com isso a vaga para a Copa Libertadores da América de 2005.

No torneio continental, o Ramalhão foi eliminado ainda na 1ª fase da competição ficando com a 18ª posição. No âmbito estadual a melhor colocação alcançada pelo Santo André foi a 4ª posição no campeonato paulista de 2005.

Por ser uma equipe sem muitos torcedores, acho bem improvável seu retorno a elite do futebol brasileiro de imediato.

  • Coritiba:

Fundado por alemães em 12 de Outubro de 1909, tem a grafia diferente do nome atual da cidade (Curitiba) por na época a cidade era chamada de Coritiba pelos europeus e de "Curytiba" pela grafia tupi-guarani, ambos corretas naquele tempo.

A torcida do Coritiba é conhecida como "Coxa-Branca", apelido dado por um dirigente do Atlético Paranaense em claro contexto de preconceito racial contra um jogador alemão, no período da II guerra mundial. O insulto acabou por servir de motivação para o Coritiba vencer o Atlético e virou nome símbolo de sua torcida, carinhosamente chamada de Coxa.

Os primeiros títulos do Coritiba foram em 1916 com o campeonato da cidade de Curitiba e o campeonato paranaense, totalizando 10 títulos da cidade e 33 estaduais.

No âmbito nacional o Coritiba tem o título do Campeonato Brasileiro de 1985 e o título da segunda divisão de 2007, participando 29 vezes da elite do futebol brasileiro, e neste ano (2009), ano do centenário do clube, o Coritiba volta para a segundona.

Se não bastasse a "vergonha" de ser rebaixado no ano de seu centenário, no dia 06/12/09, a torcida do Coxa-Branca protagonizou uma das cenas mais lamentáveis dos últimos anos do futebol brasileiro. Ao ser encerrada a partida contra o Fluminense, e confirmado o rebaixamento do Coritiba Football Club, a torcida invadiu o campo do Couto Pereira e agrediu árbitros, seguranças, policiais e jogadores, sem deixar de depredar o patrimônio do clube e ainda sair pela cidade fazendo arruaça e destruindo as belezas da cidade de Curitiba.

Se não fosse essa ação de vandalismo o Coritiba teria tudo para voltar a elite do futebol brasileiro o mais rápido possível, mas sem, provavelmente, poder jogar ano que vem no Couto Pereira, com a provável falta de investidores, a falta de interesses de jogadores em atuar pelo clube, o Coritiba deve ficar um tempo sem participar da elite do futebol.

Vejam só a destruição da irracionalidade coletiva.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Copa União de 1987 - O porque eu considero o Flamengo Hexacampeão

Segue abaixo uma reportagem publicada na revista Trivela, em 2007 (antes da conquista do Pentacampeonato do São Paulo), sobre o surgimento do Clube dos 13 e sobre o que foi a Copa União.

Copa União 1987

Crise, revolução e traição

Com o testemunho de 122.001 torcedores que lotavam o Maracanã no fim da tarde de 19 de julho de 1992, o Flamengo empatou em 2 a 2 com o Botafogo e conquistou o Brasileirão. Para o clube, era seu quinto campeonato nacional. Por isso, o capitão rubro-negro Júnior ergueu a Copa Brasil como se tomasse posse definitiva do troféu. Para a CBF, porém, era apenas o quarto título flamenguista e a taça continuaria à espera do primeiro pentacampeão nacional. Diante do impasse, a famosa peça de bolinhas criada pelo artista Maurício Salgueiro foi tirada de circulação e até hoje não tem dono.

A falta de um destino para esse troféu parece uma questão menor, mas dá um bom sinal de como as autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.

Capítulo 1: CBF em crise institucional

Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.

No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.

A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.

Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.

Capítulo 2: nasce o Clube dos 13

Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.

Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou: “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.

O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.

Capítulo 3: a Copa União ganha forma

Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.

Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.

Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.

A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).

Capítulo 4: Traição, e a CBF volta à cena

A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”

O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport, e conseguiu o apoio do SBT. Depois, a CBF mudou seu discurso e deixou de considerar a Copa União como o Brasileirão. Naquele momento, o torneio dos grandes seria o Módulo Verde e o outro, o Amarelo. Os dois melhores de cada módulo se enfrentariam para definir o campeão nacional.

O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.

Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão. O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer. No final, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.

Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.

Capítulo 5: Legado

Não demorou para o Clube dos 13 se aliar à CBF e o movimento não teve continuidade. “Não chegamos a tomar o poder na época por falta de continuidade do caráter político do movimento”, avalia Carlos Miguel Aidar. Hoje, a associação de clubes tem como principal função negociar os direitos de transmissão do Brasileirão.

A confederação voltou a organizar o Brasileirão, apesar de o nome Copa União ter sido mantido em 1988. “A Globo apoiou com força o torneio de 1987 e se sentiu traída pelos clubes no ano seguinte”, afirma o jornalista Juca Kfouri, comentarista da emissora carioca na época e notório entusiasta da Copa União de 1987.

Ainda assim, não se pode dizer que o torneio não deixou seus rastros. A competição organizada pelos grandes clubes teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional. Com o dinheiro vindo de patrocinadores, os clubes arrecadaram o equivalente a uma média de público de cerca de 40 mil pagantes. Ficou evidente a demonstração de força dos clubes, que ganharam mais voz nas discussões sobre o destino do futebol brasileiro.

Desde então, o principal torneio de clubes do país passou a prever sistema de promoção e rebaixamento (as exceções foram em 1993, com uma virada de mesa para resgatar o Grêmio, e em 2000, com a criação da Copa João Havelange após a batalha jurídica entre Gama e CBF). “O que era para ser uma revolução se transformou em uma transição, mas não deixou de ter sua importância histórica”, comenta o jornalista Celso Unzelte, pesquisador da história do futebol brasileiro.

O fato de sempre haver um asterisco quando se fala no campeão brasileiro de 1987 não abala o Sport, detentor de direito do título. “Essa confusão toda até foi boa para a gente, pois todos se lembram que somos os campeões de 1987. Ninguém fala no título do Bahia em 1988”, ironiza Lacerda. Para o jornalista Roberto Assaf, autor de três livros sobre a história do Flamengo, o fim da polêmica depende da CBF. “Enquanto a CBF não determinar que o Flamengo também é campeão de 1987, sempre vai se discutir a legimitidade da conquista do Sport.”

E o troféu Copa Brasil? Bem, quando foi criado, em 1975, ele teria posse definitiva do primeiro clube que conquistasse três Brasileirões consecutivos ou cinco alternados. Pelos critérios da CBF, até hoje a peça não tem dono. Pelo Clube dos 13, é do Flamengo. Para não aumentar a confusão, a confederação desistiu da taça, esquecida em um cofre da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro.

OS ATORES DA PEÇA

Clubes grandes

Estavam dispostos a se unirem para ganhar autonomia e mudar a estrutura do futebol de modo que explorassem melhor seu potencial econômico. Aproveitaram a desistência da CBF em organizar o Brasileirão de 1987 e criaram o Clube dos 13.

Clubes pequenos

Alguns, como América-RJ, Guarani e Portuguesa, se sentiram prejudicados pela falta de critério técnico na definição dos participantes da Copa União e muitos falaram que era uma “virada de mesa”.

CBF

Com presidente e vice que não se entendiam, a entidade estava desgovernada, sem força política e em crise financeira. Não tinha mais condições de segurar a vontade dos clubes de se organizarem por conta própria.

CND

O Conselho Nacional de Desportos foi criado por Getúlio Vargas para regular os esportes de competição no Brasil. Era o meio de o governo interferir no esporte, mas, na metade da década de 1980, o CND era presidido por Manuel Tubino e tinha uma visão mais progressista, incentivando o aumento de autonomia dos clubes. O órgão foi extinto em 1993, no governo de Itamar Franco.

Patrocinadores

Globo, Coca-Cola e Varig viram na Copa União o primeiro Campeonato Brasileiro em torno do qual haveria uma grande mobilização nacional. Assim, apoiaram o Clube dos 13 e criaram diversas ações de marketing específicas para a competição.

UM PARA LÁ, DOIS PARA CÁ

A dança de clubes que participariam do Brasileirão de 1987 foi bastante confusa. Veja como seu time fez parte desse vaivém:

Pela Copa Brasil 1986, os seis primeiros de cada grupo da segunda fase teriam vaga no Brasileirão do ano seguinte. Com a briga na Justiça entre Joinville, Vasco e Portuguesa, a CBF determinou que seriam os sete primeiros de cada chave:

  • América-RJ, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional-RS, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco-ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze e Vasco.

Com a desistência da CBF organizar a competição, o Clube dos 13 decidiu realizar seu próprio campeonato:

  • Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco.

O Clube dos 13 ainda convidou as três equipes mais populares de Estados que não tinham vaga na Copa União para tornar a competição mais nacional:

  • Coritiba, Goiás e Santa Cruz.

A CBF decidiu organizar o Módulo Amarelo com os clubes que se classificaram entre os 28 da Copa Brasil 1986 e não estavam na Copa União. Ainda convidou Sport e Vitória:

  • América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco-ES, Sport, Treze e Vitória. Em protesto pela exclusão na Copa União, o América-RJ não disputou o Módulo Amarelo.

Para definir os 24 participantes da Copa União de 1988 (já organizada pela CBF), foram utilizados os participantes do Módulo Verde de 1987 e dos oito primeiros do Módulo Amarelo. A exceção foi o América-RJ, que ficou com a vaga da Internacional-SP como compensação pelo ano anterior:

  • América-RJ, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória.

Obs.: reportagem originalmente publicada na edição nº 15 (maio de 2007) da revista Trivela. Link:

http://www.trivela.com/Conteudo.aspx?secao=45&id=16544


Em pé: Leandro, Zé Carlos, Andrade, Edinho, Leonardo e Jorginho.

Agachados: Bebeto, Aílton, Renato Gaúcho, Zico e Zinho.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Atirando no próprio pé (Blog Olhar Crônico Esportivo)

Abaixo vai o texto de Emerson Gonçalves, publicado em seu blog (Olhar Crônico Esportivo) dia 08/12/09.

"O ex-presidente rubronegro Marcio Braga, já foi elogiado e já foi criticado aqui neste Olhar Crônico Esportivo. Mais criticado que elogiado, verdade seja dita. Seria agora o momento de um elogio com ressalvas, várias ressalvas, por conta da conquista do BR, mas, e não por mim, mas unicamente por ele, vai mesmo é uma crítica.

(Aos críticos de plantão: as ressalvas a que me refiro são à gestão Braga e Braga/Leite, e não ao título conquistado.)

Recentemente, o clube fez uma demonstração de suas contas no período 2003 a 2008, que, basicamente, coincide com a gestão Braga. Houve, inegavelmente, uma evolução significativa nesse período, em que o ponto alto foi o pagamente de 75 milhões de reais em dívidas. O que não impediu que o valor consolidado nesse final de 2009 tenha atingido o total de 333 milhões de reais. Dívidas que, como diz o ex-presidente, foram contraídas em outras gestões.

Ao lado desse valor, temos alguns outros bastante interessantes, como, por exemplo, o crescimento das receitas de 53 milhões em 2003 e em 2004 para 118 milhões em 2008. O valor recebido pelos direitos de TV passou de 15,9 milhões nos anos de 2003 e 2004, para 43,6 milhões de reais em 2009. A receita de bilheteria, em sua maior parte do Campeonato Brasileiro, foi de 20,9 milhões em 2007 e de 21,1 em 2008. Em 2003 foi de 6,3 milhões e a soma de 2000, 2001 e 2002 atingiu 9,4 milhões de reais. Nesse Brasileiro recém-terminado, o Flamengo teve uma receita bruta de bilheteria no valor de 14,6 milhões de reais. Entre 2004 e 2008 o clube pagou 63 milhões de débitos cíveis e trabalhistas – estes, a maior parte do valor.

Dados esses números, reparem que eles coincidem, como já falei, com a gestão Braga e essa coincide, ora vejam, com a introdução dos pontos corridos no campeonato.

Mera coincidência ou haverá alguma ligação entre esses números, esse desempenho de uma gestão, e as necessidades que o novo sistema de disputa passou a exigir dos clubes? Eis uma questão interessante.

Ontem, no calor da comemoração, Marcio Braga manifestou-se contra a fórmula dos pontos corridos e pregou a conveniência financeira de playoffs entre os ponteiros da competição.

Playoff é uma beleza, playoff é bárbaro, playoff é tudo de bom.

Quando o time da gente está dentro.

E quando o time da gente está fora?

Nesse momento de festa e comemoração de título é fácil para um dirigente falar contra os pontos corridos. Os cofres vão bem, obrigado. Mas de 20 clubes, 16 ficariam à margem da festa financeira. Ou 12, com outros 4 só sentindo o gostinho e já caindo fora.

Como fechar um patrocínio de doze meses com a perspectiva de ficar um mês ou pouco mais às moscas?

O dirigente que defende a volta ao mata-mata está atirando no próprio pé.

Essas e outras perguntas são chatas de serem respondidas no meio da festa.

Então, volto a perguntar:

E quando o time da gente está fora?"

Postado no endereço:

http://colunas.globoesporte.com/olharcronicoesportivo/2009/12/08/atirando-no-proprio-pe/

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Brasileirão 2009: Premiações (Placar-Globo-LNET!)

Nesta segunda-feira tivemos as premiações oficiais para os melhores do Brasileirão 2009, a famosa Bola de Prata, concedida pela Revista Placar (foto acima), o Craque do Brasileirão, organizada pela TV Globo (+ globoesporte.com e canais Globosat) e Craque do Brasileiro, concedido pela LNET! (jornal Lance! e Lance!net).
  • Bola de Prata: (Placar)

Seleção Bola de Prata:

Goleiro: Victor (Grêmio) - Merecido*

Lateral-Direito: Jonathan (Cruzeiro) - Merecido*

Zagueiro Direito: André Dias (São Paulo) - A não ser que estejam considerando a melhor dupla de zaga do Brasil, ele não merece, muito fraco e só joga bem quando Miranda está a seu lado, na minha opinião o Índio do Internacional ou até mesmo Juninho do Botafogo mereciam mais.*

Zagueiro Esquerdo: Miranda (São Paulo) - Merecido*

Lateral-Esquerdo: Kleber (Internacional) - Não sei o que esse pessoal vê no Kleber, todos o querem fora da seleção, mas todos colocam ele entre os melhores do Brasil, ele é fraco e têm vários melhores do que ele, que merecia era o Júlio César do Goiás.*

Primeiro Volante: Güiñazu (Internacional) - Merecido*

Segundo Volante: Pierre (Palmeiras) - Merece, mas acho que o Willians do Flamengo merecia mais, afinal ninguém roubou bola que nem ele neste ano.*

Meia (armador): Petkovic (Flamengo) - Merecido*

Meia (ofensivo): Marcelinho Paraíba (Coritiba) - Merecido*

Atacante: Adriano (Flamengo) - Merecido*

Segundo Atacante: Diego Tardelli (Atlético Mineiro) - Merecido*

Chuteira de ouro: Diego Tardelli (Atlético Mineiro) - Merecido*

Bola de ouro: Adriano (Flamengo) - Acho que o ano foi mais para Petkovic e Diego Souza*

  • Craque do Brasileiro: (LNET!)
  1. Petkovic (Flamengo)
  • Craque do Brasileirão: (Globo)

Melhor Goleiro:

  1. Victor (Grêmio) - Merecido*
  2. Marcos (Palmeiras) - Para mim o Bruno merecia o 2º lugar
  3. Bruno (Flamengo) - Para mim o Marcos deveria ser o 3º lugar

Melhor Lateral-Direito:

  1. Jonathan (Cruzeiro) - Merecido*
  2. Léo Moura (Flamengo) - Merecido*
  3. Vítor (Goiás) - Merecido*

Melhor Zagueiro Direito:

  1. André Dias (São Paulo) - Nem merecia estar entre os três primeiros do brasileiro, aliás nenhum dos selecionados para esta posição merecia ser o melhor do Brasileirão, Índio do Internacional merecia este posto.*
  2. Danilo (Palmeiras) - Este talvez ficaria em 3º, Juninho do Botafogo deveria estar aqui em 2º.*
  3. Chicão (Corinthians) - Está aqui só pelo nome, fez um campeonato sofrível.*

Melhor Zagueiro Esquerdo:

  1. Miranda (São Paulo) - Merecido*
  2. Réver (Grêmio) - Se mantivesse a maneira de jogar em casa fora brigaria com o Miranda, mas como foi muito irregular (bem em casa e péssimo fora) nem merecia estar entre os três primeiros, Ronaldo Angelim merecia este posto.*
  3. Ronaldo Angelim (Flamengo) - Se fosse 2º o terceiro, para mim seria o Leonardo Silva do Cruzeiro.*

Melhor Lateral-Esquerdo:

  1. Júlio Cézar (Goiás) - Merecido*
  2. Armeiro (Palmeiras) - Merecido*
  3. Kleber (Internacional) - Olha ele aí de novo, é um péssimo lateral e nem deveria estar entre os melhores, nessas horas eu penso que o nome pesa, pois não outra explicação, esta posição deveria ser de Diego Renan do Cruzeiro.*

Melhor Volante Direito:

  1. Hernanes (São Paulo) - Mais uma vez o nome pesou, Hernanes esteve longe de ser aquele jogador do ano passado, Willians do Flamengo merecia mais esta posição.*
  2. Pierre (Palmeiras) - Merecido*
  3. Willians (Flamengo) - Aqui seria uma ótima colocação para o Hernanes, se superasse o Sandro do Internacional*

Melhor Volante Esquerdo:

  1. Güiñazu (Internacional) - Merecido*
  2. Maldonado (Flamengo) - Merecia o 3º lugar, aqui acredito que o Fabrício do Cruzeiro ficaria melhor.*
  3. Sandro (Internacional) - Ele joga na direita, disputaria o 3º com o Hernanes.*

Melhor Meia-Direita:

  1. Diego Souza (Palmeiras) - Acredito que joga mais pela esquerda, mas mesmo assim o Cleiton Xavier merececia mais esta 1ª posição.*
  2. Cleiton Xavier (Palmeiras) - Este sim, merecia estar em 1º, sem ele o Palmeiras desabou, e o próprio Diego Souza caiu de rendimento, acredito que esta posição quem merecia era o Marcelinho Paraíba.*
  3. Souza (Grêmio) - Não merecia estar na lista, sua posição deveria ser do Márcio Araújo do Atlético Mineiro.*

Melhor Meia-Esquerda:

  1. Petkovic (Flamengo) - Merecido*
  2. Conca (Fluminense) - Merecia a 3ª posição, aqui para mim entraria o Diego Souza do Palmeiras.*
  3. Marcelinho Paraíba (Coritiba) - Deveria estar na outra categoria, de meia-direita, aqui o Conca do Fluminense e o Gilberto do Cruzeiro dividiriam o 3º lugar.*

Melhor Primeiro Atacante:

  1. Diego Tardelli (Atlético Mineiro) - Merecido, mas para mim entraria na outra categoria, de segundo atacante, trocando de lugar com o Adriano.*
  2. Fred (Fluminense) - Merecido*
  3. Fernandinho (Barueri) - Grande revelação do Brasileirão, mas não ficaria na minha lista, aqui entraria o atacante Val Baiano do Barueri.*

Melhor Segundo Atacante:

  1. Adriano (Flamengo) - Merecido, mas para mim entraria na outra categoria, de primeiro atacante, trocando de lugar com Diego Tardelli.*
  2. Ronaldo (Corinthians) - Mais um que esta na lista pelo nome, não fez um grande campeonato (fez um bom paulistão e muito boa Copa do Brasil) e não estaria na minha lista, em seu lugar colocaria o Taison do Internacional.*
  3. Iarley (Goiás) - Merecido*

Melhor Técnico:

  1. Andrade (Flamengo) - Merecido*
  2. Silas (Avaí) - Merecido*
  3. Celso Roth (Atlético Mineiro) - Se tivesse tido um final de campeonato menos trágico mereceria, mas acho que dado o seu fim de competição quem merecia estar aqui ea Ricardo Gomes do São Paulo.*

Melhor Árbitro:

  1. Héber Roberto Lopes - Merecido*
  2. Leonardo Gaciba - Quem deveria figurar aqui era o Sandro Meira Ricci, mas estamos em uma competição em que o nome ainda pesa mais que as performances, Leonardo Gaciba é um bom árbitro, mas está em um ano ruim (principalmente fisicamente).*
  3. Paulo César de Oliveira - Merecido*

Revelação do Campeonato:

  1. Fernandinho (Barueri) - Merecido*
  2. Giuliano (Internacional) - Merecido*
  3. Paulo Henrique Ganso (Santos) - Merecido*

Craque da Galera:

  1. Conca (Fluminense)
  2. Petkovic (Flamengo)
  3. Hernanes (São Paulo)

Torcida de Ouro:

  1. Flamengo
  2. Atlético Mineiro
  3. São Paulo

Artilheiro:

  1. Adriano (Flamengo) e Diego Tardelli (Atlético Mineiro)
  2. Val Baiano (Barueri)
  3. Washington (São Paulo)

Craque do Brasileirão:

  1. Diego Souza (Palmeiras) - Na minha opinião deveria ter sido Petkovic, pois foi o grande responsável, junto com Andrade, de levar o Flamengo ao título. O Adriano não merecia o prêmio.*

* Minha opinião.

Flamengo levanta a taça de Campeão Brasileiro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Brasileirão 2009: Flamengo é Hexa!


Neste domingo encerrou-se o Campeonato Brasileiro de 2009, o mais equilibrado e mais emocionante dos últimos tempos, e com certeza o mais emocionante da "era dos pontos corridos", com Clube de Regatas Flamengo sagrou-se hexacampeão brasileiro (sobre o "polêmico" campeonato de 1987 publicarei em outra oportunidade) com todos os méritos. Neste campeonato em que se caiu por terra todos os preceitos de que o campeonato de pontos corridos só pode ser conquistado por times muito organizados, que tem que liderar o campeonato por toda a competição, ou ao menos por várias rodadas, o campeonato derrubou todos os matemáticos com a incrível arrancada de Cruzeiro, Flamengo e Fluminense.

Sobre a partida de ontem, que por conta das "suspeitas" de entrega de resultado começou na segunda passada, o jogo não foi bonito, mas emoção não faltou a última rodada, na luta pelo título Flamengo e Internacional reeditavam um confronto dos finalistas de 1987, mas sem se encontrar em campo. Tudo isso com um caso curioso, o Grêmio, maior rival do Internacional, enfrentava o Flamengo no Maracanã, e para os torcedores pró-mata-mata, sobrou a infelicidade de o Grêmio ter lutado e a certo ponto estar "dando" o título para seu maior rival, sem marmelada. O Flamengo não reeditava as boas apresentações de outros jogos no campeonato, mas na base da raça conseguiu a virada e garantiu o título brasileiro.

Festa na arquibancada, nas ruas do Rio e de todo país, afinal, "o mais amado do Brasil" está em todos os lugares, e nunca que joga em territórios adversários joga sozinho, sempre tem sua apaixonada torcida a seu lado, e em várias vezes com sua torcida sobrepondo a do rival.

Parabéns ao Flamengo, aos jogadores (especialmente a Petkovic, que mostrou que para ser craque não tem idade limite), a comissão técnica (Andrade, primeiro técnico negro a ser campeão) e sua torcida, que apresentaram um espetáculo durante este campeonato.

PS.: Lembro a todos que acompanham meu blog que farei minha análise das últimas 4 rodadas em breve e que acertei quase toda minha previsão a 4 rodadas atrás (11/11/09), só não contava que o Atlético Mineiro fosse inverter de posições com o Internacional, e ainda perder a 6ª posição para o Avaí: http://global-esportes.blogspot.com/2009/11/brasileirao-quem-sera-campeao-minha.html#comments

Flamengo, HEXACAMPEÃO Brasileiro!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Copa do Mundo 2010: Grupos definidos

Definidos os grupos da Copa do Mundo 2010, na África do Sul! E o Brasil pegará pedreira, a primeira desde 1966, por coincidência terá Portugal mais uma vez no grupo. Agora dá até para fazer previsões de como será a Copa do Mundo.

Acredito que cada grupo terá pelo menos um confronto interessante para acompanhar, olha só os grupos:

  • Grupo A:
  1. África do Sul
  2. México
  3. Uruguai
  4. França

Para mim este é o famoso grupo da "Morte" desta Copa, pois é imprevisível. Está certo que a anfitriã terá dificuldades, por ser a seleção mais fraca deste grupo, mas como são os donos da casa isso pode ser importante para a definição do grupo, afinal nunca uma seleção anfitriã caiu na primeira fase em Copas do Mundo. Quem todos estão apontando como garantida nas oitavas é a França, porém acredito que os franceses não irão longe nesta Copa (Zidane ainda faz falta) e podem ser surpreendidos ainda na primeira fase, assim como em 2002. México sempre vai bem nas primeiras fases que joga. E o Uruguai pode aprontar, pois tem um time bom e aguerrido, mas precisa virar uma equipe para almejar mais na competição.

  • Grupo B:
  1. Argentina
  2. Nigéria
  3. Coreia do Sul
  4. Grécia

Grupo perigoso, mas também é dos mais fáceis. A Argentina só precisa não bobear para não ficar a ver navios, deve classificar sem dificuldades e Messi deve dar um show. A Nigéria, para mim, é a outra favorita deste grupo, que por atuar no continente africano deve ter uma motivação a mais. Este grupo pode surpreender, mas acho difícil. Grécia vive ainda da Euro 2004 e a Coreia do Sul tenta mostrar que o fator casa (e arbitragens a favor) não são as únicas credenciais da seleção 4ª colocada em 2002.

  • Grupo C:
  1. Inglaterra
  2. Estados Unidos
  3. Argélia
  4. Eslovênia

Este é um dos grupos mais "babas" da Copa. A Inglaterra deve atropelar todo mundo. Os Estados Unidos têm mostrado que tem futebol para fazer frente as principais seleções. Argélia não deve botar dificuldades a ingleses e americanos, mas fará um duelo interessante com os eslovenos. A Eslovênia, que surpreendeu nas eliminatórias, ao eliminar a Rússia e a República Tcheca, só terá chances contra os argelinos.

  • Grupo D:
  1. Alemanha
  2. Austrália
  3. Sérvia
  4. Gana

Segundo grupo da "Morte", só não é mais que o A pela disparidade de qualidade da Alemanha com as outras três seleções. Como eu disse, a Alemanha não terá dificuldades para assumir a primeira posição no grupo. Austrália deve ficar de fora das oitavas nesta Copa, o grupo não o favorece, mas pode ser a surpresa. A Sérvia é a segunda força do grupo, mas muito pouco a frente de Gana, vem com um grupo de jogadores muito bons que não querem repetir a má campanha da última Copa, acredito que um toque de qualidade no meio campo não faria mal nenhum (Petkovic poderia ser convocado, tá jogando muito). Gana é a terceira potencia, mas pode aprontar para os europeus, pois em solo africano acredito que as seleções do continente vão dar trabalho.

  • Grupo E:
  1. Holanda
  2. Dinamarca
  3. Japão
  4. Camarões

Outro grupo da "Morte", mas pelo Japão ser tão desigual a seus adversários este grupo está atrás do A neste quisito. A Holanda chega mais uma vez a Copa com uma seleção capaz de lutar pelo título, resta saber se será capaz de vencer a tradição de amarelar na hora da decisão. A Dinamarca não é mais aquela dinamáquina de outros tempos, tem um time bom, mas é limitado em alguns aspectos, dará trabalho a todos, mas acho que fica de fora das oitavas. O Japão é uma seleção boa, mas não terá chances neste grupo, deve ser o saco de pancadas, talvez aprontando para cima da Dinamarca. Camarões, depois de ficar fora em 2002 e 2006, a seleção de Samuel Eto'o deve confirmar ser uma das seleções africanas que chegam melhores preparadas para a Copa do Mundo, deve classificar para a segunda fase.

  • Grupo F:
  1. Itália
  2. Paraguai
  3. Nova Zelândia
  4. Eslováquia

Grupo que pode surpreender a todos. Não acho que a Itália terá facilidades em se classificar (chego a acreditar que, se não levarem o Amauri, não se classificam para as oitavas), a seleção é envelhecida e precisa de renovação, a seleção está se arrastando em campo. Paraguai, no meu ver é o grande favorito deste grupo, esta Copa do Mundo será um palco para o show de Cabañas pela seleção paraguaia. A Nova Zelândia, além de zebra, espera que a experiência da Copa das Confederações sirva para que busque algum ponto contra alguém, mas deve nem marcar gol na Copa. A Eslováquia talvez seja a seleção que apronte mais para cima da Itália, ela deve brigar com a tetracampeã do Mundo pela vaga nas oitavas de final.

  • Grupo G:
  1. Brasil
  2. Coreia do Norte
  3. Costa do Marfim
  4. Portugal

O grupo do Brasil é um dos mais difíceis desta Copa, mas a seleção brasileira deverá confirmar seu favoritismo sobre as adversárias. Brasil, favorito ao título, terá dificuldades, principalmente contra os africanos, mas se não abrir bem o olho pode ser surpreendido até pelos asiáticos. A Coreia do Norte é uma seleção rápida, e pode aprontar para cima do Brasil, que já mostrou ter dificuldades contra velocistas (vide Egito na Copa das Confederações), mas qualquer ponto conquistado já será uma grande vitória. Costa do Marfim é a seleção africana que mais tem chances de lutar pelo título, são muito bons e fortíssimos ofensivamente, Didier Drogba deve desequilibrar a balança a seu favor, dará dificuldades ao Brasil e principalmente aos portugueses. Portugal chega a Copa com a credencial de ter um dos (se não "O") jogadores que podem decidir uma partida a qualquer momento, Cristiano Ronaldo, mas vêm em decadência coletiva, não possui a mesma força da época do técnico Felipão.

  • Grupo H:
  1. Espanha
  2. Suíça
  3. Honduras
  4. Chile

Este é o grupo mais fácil de toda a Copa do Mundo. A Espanha não terá dificuldades em atropelar a todos neste grupo, nem os chilenos, a segunda força no grupo, com o grupo muito bem fechado, com Xavi, Xabi Alonso, Fernando Torres, David Villa e cia, têm tudo para apresentar o melhor futebol desta Copa, mas ainda precisa superar a fama de "amarelona" em Copas, na Euro 2008 já demonstrou que pode ser campeã, falta agora em Copas. Suíça, famosa por ser um time extremamente defensivo (foi eliminada da última Copa sem tomar gols) brigará com o Chile pela segunda vaga deste grupo, têm uma equipe até boa mas o estilo de jogo não favorece que os gols apareçam, em nenhum dos lados. Honduras, seleção ainda em festa pela classificação a Copa do Mundo, busca superar a euforia pela classificação para lutar por gols e pontos para ter uma participação no mínimo honrosa. O Chile está com uma seleção habilidosa ofensivamente, mas muito aberta em sua defesa, se Maldonado não se recuperar a tempo da Copa, pode ser surpreendida pelos suíços.

Atenção aos confrontos: Uruguai x França; Argentina x Nigéria; Inglaterra x Estados Unidos; Alemanha x Sérvia; Holanda x Camarões; Itália x Paraguai; Brasil x Costa do Marfim; Brasil x Portugal; Espanha x Chile.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Copa Sul-Americana: LDU Campeã e Fluminense Vice Valente

Que segunda partida emocionante para a torcida tricolor, pena não terem alcançado o objetivo dos 4 gols. Uma festa fantástica da torcida e uma partida de ataque contra defesa. A LDU foi completamente dominada, que só lhe restou se defender com unhas e dentes, algo que o Fluminense não conseguiu fazer na primeira partida.

LDU, confirmou-se como a nova força do continente Sul Americano, ganhando a Libertadores 08, Recopa 08 e a Copa Sul-Americana 09, sabe muito bem como deve agir tanto em casa quanto fora dela, aproveita se da altitude? Sim, mas todos sabem o que devem fazer lá em cima, mas são poucos que se mostram capazes de realizar. Por que? Porque, tanto brasileiros, argentinos e uruguaios não são capazes de assumir que lá na altitude esses times (LDU, Real Potosí e cia) são imensamente melhores que nós da bacia da prata, temos que ser arrogantes e "partir para cima deles" (palavras de Cuca) lá mesmo, depois só nos resta correr atrás do prejuízo. Não estou dizendo que a LDU não mereça ser campeã por saber jogar "só" na altitude, afinal é de se respeitar uma equipe que sabe de suas limitações e de suas qualidades, e melhor que sabe aplicar isso!

Mas voltando a final de ontem, o Fluminense poderia sim ter conseguido fazer os 4 gols necessários, e mais, poderiam ter feito 5 gols, mas o imprevisível aconteceu, o atacante Fred, aquele que manteve a serenidade depois da confusão do final do jogo contra o Cerro Porteño, perdeu a cabeça no momento de maior pressão do Fluminense, dava para sentir que o gol iria sair a LDU estava abatida, só esperando o último golpe. E o último golpe veio, só que na direção errada, Fred deu uma cabeçada no juiz e foi expulso muito justamente, ali o Fluminense, que estava confiante e forte, ruiu e se perdeu no nervosismo (me lembrou o Internacional na final da Copa do Brasil deste ano), ele não tinha nada que fazer uma coisa destas, nessas horas é preciso esquecer o juiz e jogar bola, porque é nela que se ganha o jogo, que se reverte um resultado adverso. Essa a torcida tricolor pode colocar na conta do Fred. Sendo assim, sem seu principal ponto de referencia, o maior lutador, o guerreiro, o agente do impossível, o Fluminense não conseguiu superar o forte esquema defensivo da LDU.

Fico triste por mais um título internacional neste ano tenha batido na trave dos brasileiros (antes com Internacional e Cruzeiro), e fico triste por ver que o Fred pode estar dando adeus a chance que ele vinha merecendo na seleção brasileira, afinal que técnico que um jogador que perca a cabeça num momento decisivo? É só lembrar por que o Djalminha ficou de fora da Copa de 2002!

LDU campeã da Copa Sul-Americana de 2009! Com merecimento.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Copa Sul-Americana: A final (em busca do impossível)

Na quarta - feira passada tivemos a primeira partida da fina da Copa Sul - Americana, entre LDU e Fluminense, uma reedição da final da Copa Libertadores da América de 2008. Após a confirmação deste novo confronto, fiquei imaginando se o Fluminense havia aprendido a lição de jogar na altitude? Será que seria diferente este ano?

Começado o jogo fiquei impressionado como o Fluminense tinha conseguido um gol tão rápido, e que poderia lhe dar uma ótima vantagem na segunda partida. Mas jogando na altitude um clube brasileiro não pode se lançar ao ataque como o Fluminense fez, afinal ainda teria outro jogo, e a LDU havia goleado o River Plate - URU por 7 x 0 na semi - final. Resultado, um humilhante resultado de 5 x 1 para os donos da casa.

Me veio a mente aquela antiga frase de que "não existe mais time bobo no futebol"! É a maior mentira do mundo, claro que existe e eles se chamam clubes brasileiros na altitude! Afinal de contas, todos sabem que lá a demanda de oxigênio é menor, a bola é mais rápida e eles estão adaptados e acostumados a usarem esses fatores desfavoráveis aos outros times em seu favor, mas mesmo assim toda vez ouvimos que nós vamos partir para cima e liquidar eles lá na altitude! Chega a ser ridículo, não temos capacidade de enfrentá-los de igual para igual lá, muito menos de ser superiores. Nessa hora tem que se ter a cabeça no lugar e cadenciar um jogo, buscando o empate ou perder de pouco. Foi assim que o Sport conquistou uma vitória sobre este mesmo LDU, lá em Quito, na Libertadores deste ano. Temos que jogar como time pequeno na altitude, defendermos primeiro para depois contra - atacarmos.

Agora a missão chega a ser impossível, mas para o Fluminense o impossível tem acontecido ultimamente no Campeonato Brasileiro. Com ótimas atuações de Fred, Conca, Gum e cia, o tricolor carioca tem mostrado que podem sim realizar o que todos pensam ser impossível. Tudo depende de seu empenho em campo e de furar a forte marcação que o LDU irá trazer aqui para o Brasil. Fred têm liderado esta equipe por missões impossíveis nos últimos meses e poderá conquistar um título (que sim é muito importante) internacional em seu primeiro ano como tricolor. Acredito mais no Fluminense de Fred do que no LDU de Mendez. Acredite tricolor, é possível fazer o impossível.

Lutando até o apito (gongo) final é o que essa torcida merece! Sejam guerreiros, heróis e agentes do impossível.