Nesta última semana ficou claro uma coisa no futebol brasileiro: "Neymar precisa de freio!" Para mim isto já estava claro, não só o Neymar, mas o Santos como um todo. Desde a negativa de Ganso em ser substituído na final do paulista que eu achava que algo estava errado na corte do rei Pelé. A última semana foi marcada pela briga Neymar x Dorival Júnior, e neste tipo de briga, geralmente, quem sai perdendo é o técnico (basta lembrar de Luxemburgo x Romário no Flamengo em 1995, Cuca x Jonatas no Flamengo em 2005, Felipão x Ballack no Chelsea em 2009, Luxembrugo x Keirrison no Palmeiras em 2009, Cuca x Adriano no Flamengo em 2009, entre outros). Apesar do entendimento de que o futuro craque precisa de orientação, a diretoria e empresário não querem a desvalorização da "marca" Neymar, mesmo que isso faça mal ao clube e ao jogador.
O que mais me assombrou com a demissão de Dorival Júnior, é que o carater punitivo que Neymar precisava foi trocado por um carater de exaltação da postura reprovável do jogador, agora foi reforçado, pois agora "ele é o cara do Santos". Vejo o Santos deixar sua grande história de lado para vincular nas possibilidades que Neymar pode trazer, deixar um passado de glórias para falar que o clube precisa do Neymar e não o contrário, ou seja, Neymar ficou maior que o Santos.
Em Abril deste ano a Placar fez uma reportagem (excelente por sinal) com Neymar e Pelé, e nela já apontava certos comportamentos e total comando do empresário na vida do jovem jogador, que pareceu não saber que a entrevista era entre o Rei Pelé e ele, o futuro, Neymar, e não o contrário. Com ar completamente de estrela Neymar fez pouco da presença do Rei, já apresentando a marra que hoje é mais conhecida. Para mim não chega a ser surpresa as atitudes desta jovem revelação do futebol brasileiro.
Após meses desta publicação, Neymar conquistou o campeonato paulista, foi aclamado pela mídia e pela população para que jogasse a Copa do Mundo (aclamação que eu fui contra, como pode se ver aqui no blog), conquistou a Copa do Brasil, recebeu a proposta milionária do Chelsea, ficou no Santos (por uma melhoria considerável de salário) e deixou a hiper-fama subir a cabeça. E atualmente está com uma postura pior, como se tivessem que agradecer o fato dele ter ficado no Santos, como se tivesse feito um favor ao clube, como se não houvesse uma compensação financeira.
Neymar precisava de uma punição de verdade, por desacato e inssubordinação ao técnico, Dorival poderia sim deixá-lo de fora dos jogos, e um jogo contra o Corinthians, rival e atual líder do campeonato, seria perfeito para esta punição, afinal o jogo contra o Guarani não era de grande importância para o Santos, ao contrário do clássico. Pois se não ficasse fora do clássico passaria a seguinte imagem: "Eu (Neymar) sou punido e não jogo contra o Guarani, mas contra o Corinthians eles não vão me deixar de fora, pois precisam muito de mim!" Dorival pensou que para fechar bem a punição, com carater de ensinamento, a suspensão dele do clássico, talvez não seria o melhor para a equipe, no momento, mas seria o melhor para o Neymar, e a longo prazo poderia ser benéfico para o clube (lembrando que ano que vem tem Copa Libertadores da América).
A demissão de Dorival Júnior foi no mínimo uma inversão do carater punitivo a Neymar, pois agora ele também derruba técnico, e técnico com resultados expressivos, Dorival tinha mais de 65% de aproveitamento com o Santos. Agora vem a dúvida, que técnico vai encarar a equipe em que um jogador derruba técnicos que o peitarem?
Fico triste em ver que o Santos tenha se apequenado em achar que Neymar seja maior que o clube e que este tenha sim feito um favor ao clube em ficar. O Santos é maior que isso e que o jogador, e também é maior que o técnico, vai superar isso. Quem estava certo nesta história, Neymar, Dorival Júnior e Diretoria, só o tempo dirá.
Ps.: É bom assistir novamente o vídeo do recado dado por Renê Simões a todos os relacionados a Neymar:
O que ele falou é importante repetir!
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