E o Estudiantes sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América, em um Mineirão lotado, ao vencer o Cruzeiro. Os hermanos mereceram, jogaram melhor a partida inteira, em momento algum deixaram de mandar no jogo, nem quando levaram o gol, que foi somente um pequeno acidente de percurso. Temos que nos levantar e bater palmas pelo futebol apresentado pelo Estudiantes, mostraram que são um dos melhores times da atualidade, afinal, chegaram a final da Copa Sul-Americana em 2008 e são os campeões da Copa Libertadores da América de 2009.
O jogo começa de forma bem calma e devagar, quase parando, com o Cruzeiro tentando, sem sucesso, fazer frente aos argentinos, pois a torcida empurrava, mas o Estudiantes levava o jogo em Banho Maria, sem pressa, esperando que as chances começassem a aparecer, e se não aparecessem iria para os penaltis. A calma argentina começava a constratar com o desespero celeste, nervoso o Cruzeiro (liderado por Ramires) começava a cair na lábia argentina e esquece o futebol e parte para as agressões. Era tudo que os argentinos queriam, a partir daí (ainda no primeiro tempo) a tranquilidade dos argentinos em jogar partidas decisivas dá o padrão do jogo. O Cruzeiro não tinha que ficar nervoso, afinal o empate levava aos penaltis e não a derrota, tudo que tinham que fazer era jogar como jogaram nas quartas e semi-finais do torneio, com tranquilidade e toque de bola. Mas quando do outro lado está os argentinos, não sei porque, mas os brasileiros ficam nervosos e furiosos, pois a famosa catimba argentina nem entrou em campo direito, eles fizeram um jogo duro, assim como o Cruzeiro fez no primeiro jogo. Anularam os principais jogadores (mais uma vez) da Raposa na bola e não na violência (ok, o Verón devolveu a cotovelada que levou de Ramires com 5 minutos de jogo, mas até aí tudo bem). Durante todo o primeiro tempo o Cruzeiro foi intimidado pelos argentinos, não produziam, não conseguiam tocar a bola entre eles, a criatividade ficou fora de campo.
No segundo tempo (após um atraso dos Estudiantes em retornar ao campo, isso sim foi catimba) o jogo seguiu igual ao primeiro tempo, até que Henrique (que estava sumido durante todo o jogo) achou um gol após chutar de fora da área e desviar em Desábato, matando o goleiro Andújar (que estava na bola). Um achado, nada mais. Nessa hora o Cruzeiro teve pensamento de time inexperiente. Do jeito que estavam jogando não podiam se lançar ao ataque daquela maneira, estavam ganhando e o adversário, que dominava a partida, tentaria a resposta imediata, afinal vale um título, não tinham mais que correr atrás de nada, era só não tomar gol. Ou seja se defender e aproveitar os contra-ataques.
Mas na euforia de sua torcida, e no único erro que vi Adilson Baptista cometer na competição, o Cruzeiro se lançou ao ataque como se sua vida depende-se disso. Resultado não poderia ser diferente, tocando a bola com conciência e calma, Verón achou Cellay livre pela esquerda (Gérson Magrão tinha subido ao ataque, empolgado com o gol) que cruzou na pequena área celeste, achando Fernandes, que só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio a sua frente, Fábio (que ficou no caminho da bola) nada pode fazer. Com a partida empatada (5 minutos depois do gol cruzeirense) o Estudiantes manteve o esquema de jogo, tocava a bola deixando o tempo passar e os cruzeirenses desesperados (lembrando, empate levava a prorrogação e penaltis, não havia razão para desespero) a espera de uma oportunidade para ampliar.
Foi então que em um escanteio, a famosa jogada de bola parada que Verón já havia dito que iriam explorar, o Maestro hermano cruzou na cabeça do artilheiro Boselli (agora sozinho na artilharia), que não desperdiçou e marcou a virada argentina em pleno gramado do Mineirão, fazendo a festa da pequena mas barulhenta torcida argentina. O resto do Mineirão ficou calado, em um silêncio ensurdecedor. O Cruzeiro não tinha mais forças para reagir, não tinha experiêcia para digerir os acontecimentos. Aí Adilson Baptista, vendo a situação efetuou mudanças (tirou o Wagner machucado e Wellinton Paulista que não apresentava o mesmo futebol das semi-finais) colocando Athirson (expericencia) e Thiago Ribeiro (agressividade), mesmo assim o time continuava apático, a excessão de Kléber, que só agora chamava a responsabilidade para si e partia para cima, conquistando boas faltas, mas nem isso resultou em gols.
O erro que eu mencionei de Adilson Baptista foi não retirar Ramires, que estava visivelmente nervoso, quando abriu o placar, e colocar o Fabinho para ajudar na composição defensiva, segurando os argentinos, e gerando espaços para os contra-ataques. Mas a euforia pelo gol marcado foi maior e custou caro, Estudiantes campeões da Copa Libertadores da América, e com muita justiça.
Ainda tenho que ouvir que esse cara não é craque!
LDU venceu com todos os méritos o Internacional na decisão da Recopa Sul-Americana, atropelou o time colorado, que nem viu a cor da bola nos dois jogos.
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