quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Atirando no próprio pé (Blog Olhar Crônico Esportivo)

Abaixo vai o texto de Emerson Gonçalves, publicado em seu blog (Olhar Crônico Esportivo) dia 08/12/09.

"O ex-presidente rubronegro Marcio Braga, já foi elogiado e já foi criticado aqui neste Olhar Crônico Esportivo. Mais criticado que elogiado, verdade seja dita. Seria agora o momento de um elogio com ressalvas, várias ressalvas, por conta da conquista do BR, mas, e não por mim, mas unicamente por ele, vai mesmo é uma crítica.

(Aos críticos de plantão: as ressalvas a que me refiro são à gestão Braga e Braga/Leite, e não ao título conquistado.)

Recentemente, o clube fez uma demonstração de suas contas no período 2003 a 2008, que, basicamente, coincide com a gestão Braga. Houve, inegavelmente, uma evolução significativa nesse período, em que o ponto alto foi o pagamente de 75 milhões de reais em dívidas. O que não impediu que o valor consolidado nesse final de 2009 tenha atingido o total de 333 milhões de reais. Dívidas que, como diz o ex-presidente, foram contraídas em outras gestões.

Ao lado desse valor, temos alguns outros bastante interessantes, como, por exemplo, o crescimento das receitas de 53 milhões em 2003 e em 2004 para 118 milhões em 2008. O valor recebido pelos direitos de TV passou de 15,9 milhões nos anos de 2003 e 2004, para 43,6 milhões de reais em 2009. A receita de bilheteria, em sua maior parte do Campeonato Brasileiro, foi de 20,9 milhões em 2007 e de 21,1 em 2008. Em 2003 foi de 6,3 milhões e a soma de 2000, 2001 e 2002 atingiu 9,4 milhões de reais. Nesse Brasileiro recém-terminado, o Flamengo teve uma receita bruta de bilheteria no valor de 14,6 milhões de reais. Entre 2004 e 2008 o clube pagou 63 milhões de débitos cíveis e trabalhistas – estes, a maior parte do valor.

Dados esses números, reparem que eles coincidem, como já falei, com a gestão Braga e essa coincide, ora vejam, com a introdução dos pontos corridos no campeonato.

Mera coincidência ou haverá alguma ligação entre esses números, esse desempenho de uma gestão, e as necessidades que o novo sistema de disputa passou a exigir dos clubes? Eis uma questão interessante.

Ontem, no calor da comemoração, Marcio Braga manifestou-se contra a fórmula dos pontos corridos e pregou a conveniência financeira de playoffs entre os ponteiros da competição.

Playoff é uma beleza, playoff é bárbaro, playoff é tudo de bom.

Quando o time da gente está dentro.

E quando o time da gente está fora?

Nesse momento de festa e comemoração de título é fácil para um dirigente falar contra os pontos corridos. Os cofres vão bem, obrigado. Mas de 20 clubes, 16 ficariam à margem da festa financeira. Ou 12, com outros 4 só sentindo o gostinho e já caindo fora.

Como fechar um patrocínio de doze meses com a perspectiva de ficar um mês ou pouco mais às moscas?

O dirigente que defende a volta ao mata-mata está atirando no próprio pé.

Essas e outras perguntas são chatas de serem respondidas no meio da festa.

Então, volto a perguntar:

E quando o time da gente está fora?"

Postado no endereço:

http://colunas.globoesporte.com/olharcronicoesportivo/2009/12/08/atirando-no-proprio-pe/

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